Despedi-me, num até já, em inicio da popularizada silly season, regresso ainda a mesma não terminou. O que passou entretanto? Muitas coisas. Algumas que merecem comentários, outras que merecem reparos, outras que se escusam ao meu pronunciamento e a ERC (Entidade Reguladora da Comunicação Social), graças à qual eu continuo a escrever nesta coluna.
Como alguém, Pacheco Pereira (PP), dizia a propósito desta época, já em 2007, em crónica do Público, “Agosto é o mês de silly season oficial para onze meses de silly season oficiosa”. Não concordo, nem deixo de concordar, apenas noto que esse alguém repetiu a mesma lengalenga, em recente crónica na Sábado. Parece desiludido com a política, mas nem isso o impediu de ser o cabeça da lista de candidatos a deputados pelo círculo eleitoral de Santarém. Talvez assim melhor se compreendam os desabafos de Moita Flores, Presidente da Câmara Municipal de Santarém e candidato a novo mandato (independente com o apoio do PSD).
Vamos à ERC. Já estou como Miguel Sousa Tavares. Detesto proibições. Escrevi até hoje dois artigos suspeitos de terem conotações políticas, mas sempre com base em pressupostos de natureza normativa e/ou cientifica. Mas não nego, nem nunca neguei a minha condição de social-democrata renegado, independente e no exercício das funções de Presidente da Junta de Freguesia de Paço de Arcos. É na qualidade de candidato a mais um mandato que ponderei suspender esta minha colaboração com o Jornal de Oeiras e é nessa qualidade que me incluo na recomendação da ERC que determina que os media devem suspender as colaborações e participações de comentadores, colunistas e analistas que sejam candidatos às legislativas e às autárquicas dos próximos meses de Setembro e Outubro deste ano (isto é que era uma chatice para o dr. PP).
Aliás, por princípios de coerência era sempre o que faria, tal foi o meu espanto e os meus comentários (públicos) quando me deparei com o candidato Marcos Perestrello a defender as razões da sua candidatura à Câmara Municipal de Oeiras na coluna que semanalmente escreve no Expresso. Jamais me passaria pela cabeça utilizar esta coluna para fazer o mesmo em relação à candidatura que protagonizo à Junta de Freguesia de Paço de Arcos e, daí, ter ponderado suspender os meus escritos. Só que eu consigo ser isento. Eu consigo ser imparcial. Para além do mais, competiria à direcção deste jornal tomar essa decisão, o que não foi o caso. Não basta dizermos que somos sérios, também temos de parecer. Vai daí, culpem a ERC de eu continuar por aqui a escrever.
Na eloquência da minha imparcialidade – e hospitalidade – convido-vos a todos, sem excepção, a juntarem-se a mim e a milhares de paço-arcoenses e visitantes, para mais uma edição das festas em honra do Senhor Jesus dos Navegantes. Começam no dia 28 de Agosto e vão até ao dia 6 de Setembro. Destaque especial para a Procissão e Bênção do Mar e para as actuações dos Corvos, Nilton, Gilyto, Sónia Costa e Marco Quelhas, para além de um conjunto revelação, os Katharsis, vencedores do 5º concurso de Bandas de Garagem de Setúbal.
Retomando uma tradição e aproveitando a belíssima intervenção efectuada pela Câmara Municipal, iremos prolongar as festas para lá do jardim, até à “Praia Velha”, onde, na mesma altura, iremos ter a Paço de Arcos Night Sessions, com um conjunto inédito de Dj’s, dos quais destaco a abrir, Tomas Hedberg, Dj residente da discoteca Pacha, em Ibiza e, a fechar, os Da Providers (Bart Cruz, Henriq & Pool Boys).O título desta crónica junta o Irreal protagonizado pela ERC e o Social protagonizado pelas festas. Juntos, por sua vez, correspondem ao título de uma música dos BAN…lembram-se? “…popular, surrealizar por aí. Dá-me o ideal…idealizado, dá-me o irreal…o ilusório, não me dês moral…dá-me o ideal… ideal social, popular, avançado”. João Loureiro noutras lides…Portugal no seu melhor!
in Jornal de Oeiras, 25 ago./09
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