Enquanto se aguardam pelos resultados das análises a uma mulher de 30 anos suspeita de ter contraído a mal-afamada Gripe A, Portugal vai-se debatendo, há muito, com a Gripe J…de Justiça!
Pandemia, epidemia, ou mania, o que é um facto é que o alerta – permanente – foi lançado e nem assim se tem conseguido impedir que o vírus se desaloje da nossa sociedade.
E como é que ele se manifesta? Parece simples, do seu núcleo central, onde constam os agentes da justiça, os verdadeiros e supostamente únicos intérpretes e intervenientes desta patologia, saem um sem número de ramificações que infectam (ou afectam) jornalistas, colunistas, cronistas, gestores, empresários, políticos e todas as pessoas em geral por retro-infecção, ou seja, são contagiadas por influência, ou Influenza, como o verdadeiro vírus da gripe.
A verdade, porque é disso que se trata – numa altura em que um partido do nosso espectro político utiliza esse mesmo expediente para se (re)afirmar – pelos vistos anda transvestida de duvidosos critérios jornalísticos que nem um julgamento público conseguem relatar. A verdade, pelos vistos, anda no moralismo dos que assistem e não no pragmatismo dos que intervêm. A verdade, pelos vistos, reside no anonimato de blogs e chats e não nos bancos dos tribunais. Até a ingenuidade já virou crime na impunidade daqueles que agem sem contraditório.
É lamentável o Estado que somos e o estado a que chegámos. A mediatização da justiça, entendida por alguns como forma de a credibilizar – como quem aproveita as massas para vender pasta de dentes – utilizou caminhos ínvios para chegar a nada. Depois da mediatização da dita, restava mediatizar os (in)justiçados e os (pseudo)justiceiros. A que chegámos? Novamente a nada. O que é que conta? Contam os anátemas que são lançados sobre quem diz a verdade, quem assume o que faz (porque faz) e quem dá a cara – despeitadamente – pelos actos que pratica. E o que se conclui? Quando são condenados, têm o que merecem, dita a vox populi, a mesma voz que, em caso de absolvição, lá vem dizer invariavelmente, “mais um que se safou”.
Pergunto eu (e ainda tenho a esperança que mais alguém pergunte), quem diz a verdade e, com isso, é absolvido de qualquer crime de que esteja acusado, safa-se?! Onde é que está a moralidade? E a ética? Jaz, certamente, mais uma vez, na impunidade daqueles que agem sem contraditório.
O Homem é um Ser de hábitos, rotinas e vícios. Até Adão foi tentado pela maçã, é um facto e, por isso mesmo, os antecedentes podem não ser os mais gloriosos. Mas continuam a haver pessoas sérias, que não se deixam tentar e cujas práticas, ainda que rotineiras e viciantes, não deixam de ser tendentes à prática do bem, na iminência de contribuir para a transformação desta espécie de “novela mexicana”, numa sociedade mais justa e perfeita.
Eu acredito no Homem, acredito em mim e acredito nos outros. Sem mácula, sem mágoa. Creio e pratico a presunção da inocência. Todas as pessoas são boas até prova em contrário. Não vivo amargurado, apenas vivo comigo próprio no caminho iluminado pela luz que irradia dos olhos dos meus filhos.
Quem diz a verdade…merece castigo?
in Jornal de Oeiras, 05 mai./09
2 comments:
Concretiza sff...
É preciso?!
Veja-se o caso Isaltino Morais...explicou a origem do dinheiro (ilícito, na versão do M.P.), de entre heranças, bolsa, venda de património e campanhas eleitorais e, para além de haver quem não acredite nele por vergonha, há uns quantos despeitados que fazem questão de o ridicularizar!
Até Judas beijou Cristo e, em relação ao Presidente da C.M.O., não pode haver nenhum sinal de flatulência numa área de 500m, que foi o homem!
Que raio de justiça é esta que condena sem julgar?
Que raio de justiça é esta que, quando julga, o faz em praça pública? Aliás, como diz o próprio, o “verdadeiro” julgamento já está feito…
A ex-mulher dele afirma "o Isaltino é um homem íntegro que não se deixa corromper" e tal vira "convicção pessoal" de quem, pudera, "mal seria se dissesse outra coisa" (?!)
Um ex-adjunto inventa, repito INVENTA, que ele recebeu uma moradia em troco de benefícios urbanísticos a outrem e tal vira "ser menos amigo não significa não se dizer a verdade"(!!)
Ah...a perita em finanças da P.J. (em seguir rastos de dinheiro) assume a impossibilidade de determinar a origem do dinheiro! Boa…seja essa origem licita e, logo (‘lógica da batata’, ‘teoria da cebola’), nem que seja indirectamente, seja essa origem ilícita! Mas, de facto, o que é que isso interessa, não é?
O que interessa, mesmo, é manter acesa a polémica, ainda que o julgamento em questão decorra à “porta aberta”, mas, como são mais os jornalistas que os assistentes, a verdade deles deve ser, de facto, mais de amigo…até porque eles não devem ter convicções pessoais, porque, a terem, “mal seria se NÃO dissessem outra coisa”!
Por “aqui” não há rei, mas, se houvesse, iria certamente nu!
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