Nos momentos difíceis emerge o verdadeiro carácter das pessoas. Alguns, dão um passo em frente e colocam-se ao serviço de Portugal - a isto chama-se liderança - outros, oportunistamente, atiram as suas frustrações interiores contra tudo e todos.
Na situação difícil que Portugal vive, não poderia ter mais actualidade esta citação de John Fitzgerald Kennedy: “Não perguntes o que a tua pátria pode fazer por ti, pergunta o que podes fazer por ela”.
Não adianta tentar aligeirar responsabilidades e tentar passar o ónus da crise para o parceiro do lado, somos nós, enquanto nação, para o bem ou para mal, os maiores responsáveis pelo momento menos bom que vivemos.
Na discussão do orçamento de Estado para 2010, há apenas poucos meses, os partidos da oposição, hoje paladinos da redução da despesa pública e do combate ao défice, não manifestavam essa preocupação, muito pelo contrário, ainda se lembram da polémica em redor da discussão das transferências para a Região Autónoma da Madeira.
De igual forma, nos últimos anos, qualquer proposta do Governo para tentar racionalizar a utilização de recursos e reduzir as despesas do Estado sofreu ataques ferozes da oposição. Bem sei que a memória é traiçoeira, por isso deixo-lhes um exemplo recente, de Abril de 2010: o encerramento, no período nocturno, do serviço de atendimento permanente em Valença.
Na política não pode valer tudo e os portugueses, mais tarde ou mais cedo, sem a poluição provocada pelo ruído de fundo, saberão analisar a real situação do país e a insustentabilidade do modelo sócio-económico vigente.
Nos últimos trinta e seis anos, entranhou-se na consciência colectiva dos portugueses a ideia que não temos obrigações, apenas direitos e que uma entidade abstracta, denominada Estado, pagará a factura, senão veja-se o caso das auto-estradas sem custo para o utilizador: Pura ilusão, não há almoços grátis, andamos há anos a empurrar a factura com a barriga, penalizando as próximas gerações.
Criticamos o excesso de impostos, mas com a mesma facilidade elogiamos quem foge aos impostos ou falsifica a declaração de rendimentos para beneficiar de prestações sociais pagas por todos.
Queremos os salários praticados na Alemanha, mas para além de reclamar, fazemos muito pouco por isso, quando os trabalhadores alemães, alguns emigrantes portugueses, apresentam uma produtividade bem superior à registada em Portugal.
Não conheço uma declaração de um sindicato contra o número de feriados, as famosas pontes ou o número de dias de férias na administração pública, pelo contrário, assistimos sim a um mal-estar geral quando ameaçam tirar-nos supostos direitos adquiridos, como esse feriado tradicional do povo português, o Carnaval.
Para inverter este definhar do nosso país, urge, no quadro de um entendimento de regime, definir uma estratégia e um novo modelo económico de crescimento para a nossa economia.
Neste momento, talvez devêssemos tentar recuperar a única tentativa conhecida para sistematizar um modelo económico para Portugal: “O Relatório Porter”.
Mal recebido pela “inteligenzia” nacional, as conclusões do estudo elaborado por Michael Porter, em 1994, apontavam “tout court” para um enfoque em determinados clusters, onde detínhamos vantagens competitivas.
Uma nota final de homenagem e de reconhecimento ao Banco Alimentar Contra a Fome, que este fim-de-semana deu, mais uma vez, um passo em frente em direcção aqueles que mais precisam. Bem ajam.
Na situação difícil que Portugal vive, não poderia ter mais actualidade esta citação de John Fitzgerald Kennedy: “Não perguntes o que a tua pátria pode fazer por ti, pergunta o que podes fazer por ela”.
Não adianta tentar aligeirar responsabilidades e tentar passar o ónus da crise para o parceiro do lado, somos nós, enquanto nação, para o bem ou para mal, os maiores responsáveis pelo momento menos bom que vivemos.
Na discussão do orçamento de Estado para 2010, há apenas poucos meses, os partidos da oposição, hoje paladinos da redução da despesa pública e do combate ao défice, não manifestavam essa preocupação, muito pelo contrário, ainda se lembram da polémica em redor da discussão das transferências para a Região Autónoma da Madeira.
De igual forma, nos últimos anos, qualquer proposta do Governo para tentar racionalizar a utilização de recursos e reduzir as despesas do Estado sofreu ataques ferozes da oposição. Bem sei que a memória é traiçoeira, por isso deixo-lhes um exemplo recente, de Abril de 2010: o encerramento, no período nocturno, do serviço de atendimento permanente em Valença.
Na política não pode valer tudo e os portugueses, mais tarde ou mais cedo, sem a poluição provocada pelo ruído de fundo, saberão analisar a real situação do país e a insustentabilidade do modelo sócio-económico vigente.
Nos últimos trinta e seis anos, entranhou-se na consciência colectiva dos portugueses a ideia que não temos obrigações, apenas direitos e que uma entidade abstracta, denominada Estado, pagará a factura, senão veja-se o caso das auto-estradas sem custo para o utilizador: Pura ilusão, não há almoços grátis, andamos há anos a empurrar a factura com a barriga, penalizando as próximas gerações.
Criticamos o excesso de impostos, mas com a mesma facilidade elogiamos quem foge aos impostos ou falsifica a declaração de rendimentos para beneficiar de prestações sociais pagas por todos.
Queremos os salários praticados na Alemanha, mas para além de reclamar, fazemos muito pouco por isso, quando os trabalhadores alemães, alguns emigrantes portugueses, apresentam uma produtividade bem superior à registada em Portugal.
Não conheço uma declaração de um sindicato contra o número de feriados, as famosas pontes ou o número de dias de férias na administração pública, pelo contrário, assistimos sim a um mal-estar geral quando ameaçam tirar-nos supostos direitos adquiridos, como esse feriado tradicional do povo português, o Carnaval.
Para inverter este definhar do nosso país, urge, no quadro de um entendimento de regime, definir uma estratégia e um novo modelo económico de crescimento para a nossa economia.
Neste momento, talvez devêssemos tentar recuperar a única tentativa conhecida para sistematizar um modelo económico para Portugal: “O Relatório Porter”.
Mal recebido pela “inteligenzia” nacional, as conclusões do estudo elaborado por Michael Porter, em 1994, apontavam “tout court” para um enfoque em determinados clusters, onde detínhamos vantagens competitivas.
Uma nota final de homenagem e de reconhecimento ao Banco Alimentar Contra a Fome, que este fim-de-semana deu, mais uma vez, um passo em frente em direcção aqueles que mais precisam. Bem ajam.