Para quem ainda podia ter alguma dúvida sobre o caldo ideológico onde nada Manuela Ferreira Leite, a sua última intervenção pública, na recente Conferência do Diário Económico "Transformar Portugal", foi esclarecedora.
A intervenção da Dra. Ferreira Leite foi escrita e lida por ela, portanto parece-nos, que o Prof. Pacheco Pereira não poderá alegar, desta vez, que a líder do PSD não sabe falar, nem comunicar e diz, muitas vezes, coisas, que não têm qualquer aderência ao que verdadeiramente pensa.
A sua intervenção escrita e a resposta a algumas questões, colocadas por participantes na Conferência e transcritas no Diário Económico, corporizam o regresso à matriz do Marcelismo, que não se importa de suspender a Democracia por questões de paz social, crise económica ou por outra miudeza qualquer, a bem de Portugal e dos portugueses.
Diga-se a verdade que, embora o PPD/PSD tenha sido o grande albergue dos Marcelistas, que julgavam poder reformar o antigo regime por dentro, com operações cosméticas, este Partido, nunca foi dirigido por gente com esta matriz ideológica.
O tempo veio dar a razão a Luís Filipe Menezes, que foi visionário ao vislumbrar o perigo que ameaçava a base ideológica democrata e liberal do PPD. O PPD/PSD é hoje, efectivamente, dirigido por elitistas, sulistas e "liberais".
Elitistas, porque sempre pertenceram às elites, mesmo no antigo regime; sulistas, porque vivem há anos da ocupação de lugares de nomeação pública e dos favores da Capital do Império, por isso, nunca os verão a defender a regionalização e, finalmente, "liberais", porque defendem o Estado paternalista, que os ampara nas boas e más conjunturas, em detrimento de um Estado Social moderno. São uns "liberais", assim, assim, sob a batina de um Estado proteccionista, numa economia semi-aberta ao exterior e à concorrência. Nunca os verão defender o fim das corporações, eles personificam o corporativismo na verdadeira acepção da palavra.
Em suma, nada tem a ver com o liberalismo inspirador, que emergiu no Porto. Francisco Sá Carneiro, Mota Pinto e outros fundadores do PPD/PSD devem estar, neste momento, a dar voltas no túmulo, quando escutam esta defensora do casamento para efeitos reprodutivos.
A sua intervenção, nesta Conferência do Diário Económico, está tão cheia de pérolas, como vazia de soluções para os problemas dos portugueses.
Diz a Senhora que gosta dos ricos e tem pena de não ser rica, talvez por isso, queira "rasgar" e acabar com as políticas sociais e com o sistema nacional de saúde generalista e, tendencialmente, gratuito.
A Dra. Ferreira Leite ataca os investimentos públicos estruturantes, mas pertenceu ao Governo que, durante 10 anos, mais defendeu estes investimentos e não vivíamos nenhuma recessão económica, que justificasse esta intervenção do Estado na economia ou estaremos todos com Alzheimer.
A intervenção da Dra. Ferreira Leite foi escrita e lida por ela, portanto parece-nos, que o Prof. Pacheco Pereira não poderá alegar, desta vez, que a líder do PSD não sabe falar, nem comunicar e diz, muitas vezes, coisas, que não têm qualquer aderência ao que verdadeiramente pensa.
A sua intervenção escrita e a resposta a algumas questões, colocadas por participantes na Conferência e transcritas no Diário Económico, corporizam o regresso à matriz do Marcelismo, que não se importa de suspender a Democracia por questões de paz social, crise económica ou por outra miudeza qualquer, a bem de Portugal e dos portugueses.
Diga-se a verdade que, embora o PPD/PSD tenha sido o grande albergue dos Marcelistas, que julgavam poder reformar o antigo regime por dentro, com operações cosméticas, este Partido, nunca foi dirigido por gente com esta matriz ideológica.
O tempo veio dar a razão a Luís Filipe Menezes, que foi visionário ao vislumbrar o perigo que ameaçava a base ideológica democrata e liberal do PPD. O PPD/PSD é hoje, efectivamente, dirigido por elitistas, sulistas e "liberais".
Elitistas, porque sempre pertenceram às elites, mesmo no antigo regime; sulistas, porque vivem há anos da ocupação de lugares de nomeação pública e dos favores da Capital do Império, por isso, nunca os verão a defender a regionalização e, finalmente, "liberais", porque defendem o Estado paternalista, que os ampara nas boas e más conjunturas, em detrimento de um Estado Social moderno. São uns "liberais", assim, assim, sob a batina de um Estado proteccionista, numa economia semi-aberta ao exterior e à concorrência. Nunca os verão defender o fim das corporações, eles personificam o corporativismo na verdadeira acepção da palavra.
Em suma, nada tem a ver com o liberalismo inspirador, que emergiu no Porto. Francisco Sá Carneiro, Mota Pinto e outros fundadores do PPD/PSD devem estar, neste momento, a dar voltas no túmulo, quando escutam esta defensora do casamento para efeitos reprodutivos.
A sua intervenção, nesta Conferência do Diário Económico, está tão cheia de pérolas, como vazia de soluções para os problemas dos portugueses.
Diz a Senhora que gosta dos ricos e tem pena de não ser rica, talvez por isso, queira "rasgar" e acabar com as políticas sociais e com o sistema nacional de saúde generalista e, tendencialmente, gratuito.
A Dra. Ferreira Leite ataca os investimentos públicos estruturantes, mas pertenceu ao Governo que, durante 10 anos, mais defendeu estes investimentos e não vivíamos nenhuma recessão económica, que justificasse esta intervenção do Estado na economia ou estaremos todos com Alzheimer.
Neste período, também designado como o ciclo do betão, os agentes económicos não estavam dependentes do Estado, aliás, nestes anos, não nasceram alguns dos grupos económicos, que hoje dominam a nossa economia, claro que não.
No próximo dia 27 de Setembro teremos, como não tínhamos há mais de 20 anos, um verdadeiro choque ideológico, entre quem defende, em pleno Século XXI, o regresso às políticas da "Primavera Marcelista" e, quem acredita num Portugal moderno, democrático e humanista, inserido numa sociedade global.
No próximo dia 27 de Setembro teremos, como não tínhamos há mais de 20 anos, um verdadeiro choque ideológico, entre quem defende, em pleno Século XXI, o regresso às políticas da "Primavera Marcelista" e, quem acredita num Portugal moderno, democrático e humanista, inserido numa sociedade global.
In Tribuna de Loures 31/Julh2009