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Monday, June 1, 2009

Ficar para a História

A expressão “ficar para a História” é usualmente utilizada em sentido pejorativo e serve para desvalorizar certos acontecimentos, históricos ou não, mas que não deixam de fazer parte da história das pessoas ou das instituições.

Oeiras vive um momento histórico ao comemorar 250 anos desde que foi elevada a Vila, por Carta Régia entregue por D. José I ao seu ministro e 1º Conde de Oeiras, Sebastião José de Carvalho e Melo, Marquês de Pombal, no dia 7 de Junho de 1759. O Concelho acaba por ser constituído em Carta Régia do dia 13 de Julho de 1759.

Muito gostariam que tal acontecimento “ficasse para a História” mas, em boa altura, a Câmara Municipal entendeu desenvolver esforços para destacar tamanha efeméride.

Pode sempre alegar-se que não compete às autarquias locais o desenvolvimento de actividades populistas e de fogo-fátuo, que pouco contribuem para a sustentação da qualidade de vida dos seus cidadãos. De acordo! Mas não podemos esquecer que já compete às autarquias locais a promoção de actividades que honrem as suas gentes e promovam – justa e reconhecidamente – os valorosos feitos daqueles que elevaram bem alto o nome da terra que ajudaram a fundar. É ao revermo-nos na humildade e no empenho dos que nos antecederam, que melhor poderemos preparar as gerações vindouras para os constantes desafios que encerram o mundo globalizado em que vivemos. E é com a utilização – racional e inteligente – dos meios que se encontram ao nosso dispor, que melhor poderemos reproduzir e reviver 250 anos de uma História inolvidável, que nos orgulha e que, estou certo, contribuirá para a felicidade e para a estampagem na cara dos nossos concidadãos, do sorriso que uma “crise” persistente parece querer apagar.

Ser Oeiras – porque Oeiras Somos Todos – não é racionalmente explicável por alguém que viveu (ainda) a maior parte da sua vida em Cascais, a terra que me viu nascer. Adoptei Oeiras (ou vice-versa, para o caso pouco interessa) e não é por aqui desenvolver a minha actividade profissional vai para 16 anos, nem por aqui terem nascido os meus filhos – passe a inapagável importância que isso tem – que Sou Oeiras. Sou Oeiras, em primeiro lugar, porque quero e, acima de tudo, porque tal se insere naquele capítulo das emoções tão inexplicáveis quanto as paixões. Oeiras é uma paixão? Sem dúvida! Se Camões escrevesse hoje, seria uma das suas Ninfas. Se Florbela Espanca fosse viva, Amaria Perdidamente esta terra. Se Pessoa a descrevesse, seria o seu Mar…

Tudo acontece em Oeiras. Ainda este fim-de-semana a circulação pelas imediações do Centro Histórico era uma festa. Desde a abertura da Feira, no Jardim Municipal, passando pela Grande Festa da Criança, nos jardins do Palácio dos Marqueses, até às actividades inseridas nas comemorações do 10º aniversário do “Mexa-se Mais”, pareceria que o país se tinha mudado para cá. E parte dele até o fez, pois o Vale do Jamor assistiu à final da Taça de Portugal em futebol, o que trouxe até nós boas “gentes” do norte de Portugal. A este propósito, uma palavra de carinho para três bons amigos, que, nem por isso, deixam de o ser. Cristina, Armando e Paulo…bem hajam!

Ele há coincidências felizes – ou não, como diz Margarida Rebelo Pinto – quando vejo à frente dos destinos do Município, neste momento tão único e irrepetível, o Presidente Isaltino Morais. O mínimo que poderei dizer é que Oeiras merece Isaltino e Isaltino merece Oeiras. Só alguém com visão estratégica e uma gestão com – e que é – obra, estaria à altura de parabenizar esta terra. Alguém fez de Oeiras grande há 250 anos atrás. 250 anos depois, alguém faz com que ela permaneça assim.

De facto, há coisas que “ficam para a História”, mas Oeiras não…Oeiras já está na História!

in Jornal de Oeiras, 02 jun./09


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