Bem-vindos a um fórum que se pretende de discussão livre sobre todos os temas que acharem pertinentes, mas que se pretende direccionado para as questões da liderança.

Monday, April 20, 2009

Conseguir feitos extraordinários em Organizações


Motivo de grande regozijo para todos aqueles que os compõem e para os Municípios que os suportam, veio a público, recentemente – e por via insuspeita reflectida no Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses / 2007 http://www.ctoc.pt/fotos/editor2/Anuario%202007%20final.pdf – que os SMAS de Oeiras e Amadora são a empresa/serviço municipalizado com maior resultado económico, acima do 15 milhões de euros, deixando o segundo classificado a 11 milhões de euros de distância (SMAS de Loures)!
Qual é o segredo deste sucesso? De entre outros, baseio-me no Desafio da Liderança para concluir que os líderes mobilizam as pessoas de forma a que queiram e xecutar feitos extraordinários nas suas organizações. Os líderes usam as estratégias adequadas para transformar valores em acções, visões em realidades, obstáculos em inovações, separatismo em solidariedade e riscos em recompensas. Os líderes criam o ambiente propício para que qualquer um transforme uma oportunidade difícil num sucesso estrondoso.

Revelado o segredo, como atingir o sucesso? Dá trabalho, mas aconselho – e acreditem que sei do que estou a falar – uma implementação estratégica com base nos seguintes princípios: orientar e apoiar as nossas equipas em tempos incertos; empregar melhor os talentos dos nossos colaboradores; ser um exemplo positivo em relação ao valor da ética e da honestidade no dia-a-dia; encontrar um melhor equilíbrio na nossa vida, todos os dias; pôr o nosso conhecimento em produtos e serviços, criando um valor extraordinário para o cliente; introduzir a sabedoria de diferentes gerações no local de trabalho e no serviço público que prestamos; usar as ferramentas de tecnologia que permitam uma rede de ligação humana; ajudar na riqueza do conhecimento científico para a sustentabilidade dos sistemas e para a preservação dos recursos hídricos; reconstruir um sentido de comunidade e aumentar as sinergias entre os dois Concelhos; transformar a informação em conhecimento e melhorar a prestação do serviço, atendendo às necessidades cada vez mais imperiosas de práticas de Responsabilização Social; formar e informar numa óptica de Responsabilidade Ambiental; restaurar a esperança e criar uma sensação de um futuro sempre e cada vez mais harmonioso.

E porquê? Porque o domínio dos líderes é o futuro. O legado único do líder é a criação de instituições reconhecidas que perduram no tempo. O contributo mais significativo que os líderes podem dar, não se resume ao dia de hoje; tem de levar ao desenvolvimento a longo prazo de pessoas e instituições para que se possa adaptar, mudar, prosperar e crescer.

Afinal de contas, apercebemo-nos de que o desenvolvimento da liderança é auto-desenvolvimento. Completar o Desafio da Liderança é um desafio pessoal e diário para todos nós.

É só uma tarefa por dia, de uma tradicional semana de trabalho. São estas as cinco tarefas que podem mudar, para sempre, a evolução da sua empresa. São estes os princípios que estão na base do sucesso. É esta a estratégia que faz conseguir feitos extraordinários para a sua organização: Mostrar o Caminho; Inspirar uma Visão Conjunta; Desafiar o(s) Processo(s); Permitir que os Outros Ajam; Encorajar a Vontade.

NOTA: Obrigado, Dr.ª Teresa Gonçalves…

in Jornal de Oeiras, 21 abr./09

Thursday, April 9, 2009

Meter foice em seara alheia

A Associação Nacional de Farmácias (ANF) decidiu que as farmácias dariam aos doentes a possibilidade de escolherem, dentro da mesma substância activa, dose e forma farmacêutica prescrita pelo médico, o medicamento mais barato, mantendo a comparticipação.

Isto pareceria interessante, não fosse a lei muito clara a este respeito, quando define que a substituição de genéricos apenas é possível mediante a autorização do prescritor e com a concordância do utente.

Ora, talvez o cumprimento da lei pudesse resolver estes equívocos, pois é a mesma portaria que estipula as condições em que é permitido ao farmacêutico a substituição de um medicamento genérico, que define também a obrigatoriedade da prescrição médica ser efectuada por princípio activo, ou Denominação Comum Internacional (DCI), um pressuposto que não está presentemente instituído entre a classe médica portuguesa.

De equívoco em equívoco, temos a ANF a substituir-se à Ordem dos Farmacêuticos (OF), assumindo que “os farmacêuticos, enquanto especialistas do medicamento, conscientes das suas responsabilidades, não querem assistir à degradação da qualidade dos serviços prestados às populações. Nesse sentido, dão aos utentes a liberdade de optarem por um medicamento genérico, dentro do mesmo princípio activo, informando-os sobre as diferenças de preços.”

Mas não é isto que se extrai da leitura dos seus estatutos, onde se estipula a obrigatoriedade de “dispensar ao doente o medicamento em cumprimento da prescrição médica ou exercer a escolha que os seus conhecimentos permitem e que melhor satisfaça as relações beneficio/risco e beneficio/custo”, e cujo incumprimento é considerado infracção disciplinar.

O último dos equívocos acaba por ser algo que passará, certamente, despercebido à maior parte das pessoas. É que esta magnânima campanha da ANF termina dizendo o que deve, mas por quem não pode, “aconselhe-se com o seu farmacêutico”.

Perante o que a seguir se transcreve do site da ANF, os equívocos só podem ser considerados deliberados, senão, vejamos: “Um estudo qualitativo sobre a responsabilidade social no sector das farmácias, realizado por investigadores do ISCTE, em 2007, por solicitação da OF, concluiu que a actividade das farmácias portuguesas está orientada para a promoção da saúde e não tanto para a mera dispensa de medicamentos.”

Por menos que isto, os SMAS de Oeiras e Amadora foram alvo de um processo instaurado pela Associação Portuguesa dos Industriais de Águas Minerais Naturais e de Nascente (APIAM) junto do Instituto Civil da Autodisciplina da Publicidade (ICAP), que classificou uma campanha de apelo ao consumo da água da torneira como uma acção enganosa, por estar em causa uma comparação (!) que desrespeita o principio da veracidade (!).

Ainda que a terminologia possa não ser a mais adequada, a atitude da ANF pode prefigurar-se, neste caso, como uma prática de abuso de poder, ou, valendo-me dos conhecimentos que uma acérrima troca de argumentos com o IPAC me proporcionou, eu diria que a publicidade não deve abusar da confiança nem explorar a falta de experiência ou de conhecimentos do destinatário e deve proscrever qualquer referência, directa ou indirecta, que possa denegrir qualquer pessoa, actividade, profissão, ou serviço, ridicularizando-os ou desrespeitando-os.

Há Farmácias e há Farmacêuticos…descubra as diferenças! Por alguma razão, desde 2007 todas as pessoas singulares e sociedades comerciais podem aceder à propriedade de farmácias. E, depois, os farmacêuticos é que são comerciantes?

in Jornal de Oeiras, 7 abr./09